Presépio dos excluídos no Duque de Caxias

Flávio Leal - Jornalista

Os tempos de crise que afetam principalmente as camadas mais pobres da população estão expressos no Presépio dos excluídos . Em exposição no Parque Duque de Caxias, no Bairro Jardim, em Santo André. São nove esculturas do artista plástico Ricardo Amadasi, argentino radicado há 25 anos no país e há 11 morando em São Bernardo. As obras foram concebidas originalmente para a I Conferência Municipal de Cidadania e Direitos Humanos de Santo André, no início do mês.

"Fiz um paralelo da historia religiosa, que completa 2 mil anos, com o quadro de exclusão social que ainda não conseguimos resolver", afirma o artista Amadasi. O Menino Jesus, por exemplo, encontra correspondência no menino de rua. A Virgem Maria, na camponesa sem-terra. A montagem do presépio foi feita pelo artista juntamente com as crianças do projeto Andrezinho Cidadão e da Usina de triagem e reciclagem de papel.

Amadasi afirmou que a intenção é despertar nas pessoas a sensibilidade necessária para contornar o problema da exclusão social, "Chamando-as para uma reflexão histórica desses 2 mil anos", disse.

Além das nove peças em exposição no parque, Amadasi, inaugura mais uma mostra, na próxima quarta feira, desta vez no calçadão da rua Oliveira Lima com senador Fláquer. "Serão 5 peças monumentais (3m de altura), que abordam o tema dos Direitos Humanos", afirmou. "Depois, se juntam ao Presépio para nos levar a mais uma reflexão", disse Amadasi.

Com o público adulto em sua maioria, o Duque de Caxias foi considerado ideal pelo artista para receber o presépio. "As pessoas vão lá para se exercitar e conversar. As obras certamente vão trazer o debate, o que é muito interessante", afirmou.

Trecho do texto de Flávio Leal

Consulte Presépio dos excluídos no Duque de Caxias - Diário do Grande ABC, 19 de dezembro de 1999

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