Quando as mazelas sociais viram arte

Tuga Martins

Ricardo Amadasi vem de familia de artistas e impões lirismo em ferro e resina ao cotidiano da metropoli

Todos os contrastes sociais expostos no cotidiano da metrópole ganham lirismo depois de passar pelas mãos do artista plástico Ricardo Amadasi . A contundência das obras da fase social do escultor eleva o grande ABC a patamar de manancial de inspiração para a produção cultural.

Nascido em Buenos Aires, Ricardo Amadasi está desde 1974 no Brasil e em São Bernardo há 20 anos. Mora numa chácara no Riacho Grande, onde transforma a inspiração em peças admiráveis. A obra de Ricardo Amadasi é dividida em fases: sonhos, amor, imaginário e social. No entanto, a produção não segue cronologia óbvia. O artista transita por todas. Na Argentina começou com obras de termos sociais com ferro e solda. Foi preso político da fase de cárcere. Guarda acervo de gravuras. Quando estava a caminho do exílio na França acabou ficando em Salvador, na Bahia. Onde casou e permaneceu por cinco anos.

O ar baiano inspirou a fase da sensualidade. Trabalhou a plasticidade, o íntimo, a soltura na forma do povo brasileiro, trabalhou os últimos 10 anos com imagens de temática social voltadas aos direitos humanos. Apesar da dureza dos temas, o traço é delicado. Entre os fãs, aparecem Dalila Teles Veras e Alexandre Takara com acervos particulares de algumas preciosidades. Enquanto na livraria Alpharrabio, a escultura ABC de Jorge, em resina e metal, eterniza homenagem a Jorge Amado, a exposição realizada entre 1° de junho e 31 de agosto de 2007 na Casa Amarela da Fundação Santo André surpreendeu. Parte significativa dos 12 mil alunos do Centro Universitário, especialmente dos cursos de Filosofia e Letras, prestigiou as obras.

TUGA MARTINS - Jornalista cultural

Consulte Trecho da matéria da revista: Livre Mercado - Dezembro de 2007 - Santo André - SP

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