4 artistas italianos em São Paulo

Anna Carboncini - Crítica de arte Italiana

A escolha formal de Ricardo Amadasi está intimamente ligada a uma visão existencial, a um discurso de confrontação entre o homem de hoje e seu tempo. A realidade política de seu país de origem deve ter marcado sua maneira de sentir, sublimando-a, por exemplo, na representação do homem aprisionado, em luta com as estruturas opressivas da sociedade.

Suas figuras são personagens presas dentro de blocos rígidos e vivem uma situação limite de opressão. O corpo humano, fragmentado, desvincula-se num esforço de superação, que exalta as massas musculares e as torções do corpo, produzindo uma tensão entre volumes e planos. O artista transforma o desespero e a revolta em luta, imprimindo energia às figuras.

Em “Roda viva” o movimento não nasce da revolta, mas sim de uma diferente situação existencial que revela uma evolução íntima do artista. Representa o mútuo apoio entre um corpo feminino e um masculino num equilíbrio instável, em contínuo devenir. É uma imagem mais serena que revive nas outras composições onde as figuras se tornam mais realistas e sensuais, exaltando as formas plenas e possantes dos corpos femininos, índice de uma outra visão da vida e de outros caminhos para o artista.

Trecho do texto de Anna Carboncini

Consulte 4 artistas plásticos italianos em São Paulo - Círculo Italiano, Novembro de 1986.

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